Elza te conta No13

Número 13, maio de 2022.

Nosso primeiro boletim do ano demorou, mas chegou. Elza não se calou, apenas esteve ocupada!

O retorno às atividades presenciais têm sido um desafio para toda a comunidade acadêmica. Após dois anos de isolamento social, finalmente estamos voltando à normalidade. Apesar de algumas conveniências e comodidades das atividades online, nada como poder estudar e trabalhar presencialmente com nossos pares. É muito bonito ver a Unicamp lotada, sendo ocupada pela comunidade que a constitui!

Contudo, medidas preventivas adotadas durante a quarentena ainda são necessárias para podermos nos proteger e proteger nossos colegas. Com o frio chegando, é importante também nos vacinarmos contra a gripe, basta passar no Cecom nos horários de atendimento sem precisar de agendamento. Para mais informações, consulte o link . Cuidem-se!

Quer contribuir com alguma matéria ou informação? Escreva para imeelza@unicamp.br.


O Dia Internacional das Mulheres na Matemática

No dia 12 de maio, será celebrado o Dia Internacional das Mulheres na Matemática. Esse dia foi escolhido através de uma votação, em 31 de julho de 2018, no Encontro Mundial de Mulheres em Matemática (WM)².

A escolha do dia, é uma homenagem Maryam Mirzakhani ter ganhado no ano de 2014 por seus trabalhos na área de sistemas dinâmicos, a Medalha Fields, a maior premiação que um matemático pode receber, de forma que tenha sido também, a primeira mulher a receber o prêmio desde sua criação em 1936, (e ainda se estabelece como a única até os dias atuais).

O reconhecimento por parte da comunidade matemática, foi de extrema importância. E para a professora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da USP, a data tem o objetivo de celebrar o que foi conquistado e valorizar as novas conquistas, além de promover a criação de um ambiente de inclusão para garotas que querem ser matemáticas. Como era o desejo de Maryam, após receber a honraria, ela será “a primeira de muitas outras mulheres a receber esse tipo de prêmio”.

*Recomendação: Para esta data, foi feita uma história em quadrinho bem legal sobre Maryam Mirzakhani, que pode ser lida nesta página.


Georgia Benkart

No último 29 de abril, faleceu Georgia Benkart, matemática estadunidense. Georgia se formou matemática em uma época em que poucas mulheres ocupavam este espaço. Prova disto é que em seu primeiro artigo publicado, ainda na graduação, seu nome foi listado como ‘George’!

Apesar destes percalços, Georgia fez história com suas contribuições para seu campo de pesquisa, em particular, em teoria de Lie, teoria de representações, combinatória e álgebra não comutativa. Após se aposentar, ainda atuou como secretária associada da American Mathematical Society (AMS), além de ter sido presidente da Association for Women in Mathematics.

Para além de seus feitos matemáticos, Georgia marcou uma geração de matemáticos com um viés colaborativo, com mais de 90 coautores, muitos deles recém iniciando a carreira.

Um memorial para Georgia foi publicado em https://math.wisc.edu/georgia-benkart-rememberances/ . Para saber mais sobre o trabalho de Georgia, indicamos o artigo publicado pela AMS destacando os principais feitos de Georgia.


Regulador SE LIGA

Nesta seção, trazemos diálogos, atos e frases incômodas ouvidas nos corredores da vida (virtuais ou não) e podem ser corrigidas com um pouquinho de prática. Enquanto persistirem os sintomas, mande a sua.

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 – Tinha que ser mulher!
– Só podia.
– Só mulher para errar dessa forma.

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Regulador SE LIGA, dose única: todos cometem erros e a ideia de que mulher erra mais, é só mais uma assimilação estereotipada ligada ao sexo feminino. Lembre-se, todos erram e é assim que se aprende!


Campanha do agasalho

O frio está chegando e é preocupante como algumas pessoas não têm o que necessitam para se aquecer.

A Unicamp está com estudantes indígenas com esposas e filhos que vêm de regiões quentes e se ressentem no inverno daqui. É hora de fazermos partilha!

Se você conhece alguém que possa doar cobertores, roupas quentinhas para adultos e crianças, avise a DAC.

Podem entregar no Serviço Social do SAE e será entregue para os que mais precisam.
Obrigada!

O SAE fica na rua Sérgio Buarque de Holanda, 251 – Cidade Universitária, Campinas – SP/
Contato: (19) 3521-6591 / (19)9-9602-6975 e 9-9648-1377


Marque na agenda

No dia 12 de maio, o Dia Internacional das Mulheres na Matemática, o Instituto de Matemática Pura e Aplicada, (IMPA), promove 2º Encontro Mulheres Matemáticas do IMPA. O evento tem por objetivo discutir sobre a lacuna de gênero na matemática e propor uma troca de experiências entre as participantes, além de ter todo um calendário com as pesquisadoras da Instituição de ensino e pesquisa no Rio de Janeiro. O evento será transmitido pela plataforma Zoom e para participar deve se inscrever neste link até o dia 10 maio.

No dia 07 a 09 junho, haverá II Encontro de Mulheres na Estatística e Ciência de Dados, (UFRJ), que tem como propósito levantar o debate sobre desigualdade de gênero na Estatística, divulgar o trabalho realizado por profissionais brasileiras e motivar a vinda de jovens profissionais para as áreas. A realização do evento será hibrida, pelo Zoom e presencial na UFRJ, e contará com palestrantes, todas mulheres, profissionais reconhecidas no mercado e/ou academia no Brasil e no exterior. As inscrições já estão abertas, para mais informações podem acessar este link.


Elza Soares

Uma das grandes inspirações na referência do nome do Grupo Elza partiu no início deste ano de 2022.  No dia 20 de janeiro, a cantora Elza Soares morreu aos 91 anos de causas naturais na cidade do Rio de Janeiro.

   “Tem que gritar mesmo, tem que falar, tem que botar a boca no trombone, tem que gritar.”

Ela nos deixou com o legado de suas músicas e sua trajetória de vida marcada por resiliência, lutas e empoderamento. Vítima de racismo e violência doméstica, Elza foi um símbolo de empoderamento da mulher negra brasileira, cantando e utilizando-se de sua voz e influência para levantar causas e combater injustiças sociais. Seu trabalho reflete suas experiências como pessoa e falam sobre assuntos que não são muito explorados na indústria musical, como feminismo, negritude, sociedade e tantos outros que são de extrema importância. Além de ser uma personalidade por si só, muito impressionante pela sua história e presença marcante que nunca quis parar ou se calar.

 “Mas nem de brincadeira. Parar por quê? Por que parar? Não tem por que né? ”  disse a cantora que tinha a música como força motriz. 

Considerada como a Voz do Milênio e com diversos prêmios em sua carreira como artista, tendo conquistado até o Grammy Latino. Elza nunca escondeu suas origens e se adaptou com o tempo, compartilhando seu passado humilde, contando as suas lutas na indústria e na vida.

“Tem que acompanhar o tempo. Eu acompanho o tempo, eu não estou quadrada, não tem essa de ficar paradinha aqui não. O negócio é caminhar. Eu caminho sempre junto com o tempo.”

Com muito agradecimento e como homenagem, compartilhamos versão de “Meu guri”, de Chico Buarque, gravada às vésperas de sua morte no Teatro Municipal de São Paulo. E também, uma música de seu último álbum “Planeta Fome” onde ela mistura vários gêneros musicais, entre inéditas e regravações, onde conversa com os ouvintes sobre diversos assuntos no nosso país e não pode ser resumido tudo o que é dito nas letras.

Veja aqui os números anteriores do Boletim.