Elza te conta No5

Número 5, março de 2021.

Quase começando o novo semestre, com a situação pandêmica ainda mais descontrolada no país, acompanhada de profunda crise econômica e política. Enquanto isso, a universidade pública cada vez mais acorda para cumprir seu papel junto à sociedade, divulgando ciência, direitos sociais e promovendo o conhecimento.

A agenda de março está cheia de atividades culturais e científicas relevantes, das quais destacamos algumas. E porque não é só ir bem nas provas que importa, trazemos também um relato de uma aluna da UFSC, para refletir sobre o que significa inclusão de fato.

Quer contribuir com alguma matéria ou informação? Escreva para imeelza@unicamp.br.

Boa leitura, boa saúde e continuem se cuidando,
Elza.

“I tell you what freedom is to me: no fear.”
Nina Simone.


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Na segunda-feira, 1 de março, das 15h às 17h, no Canal da Alesp, o Ciclo ILP-FAPESP discute a corrida das vacinas contra a COVID-19.
Pesquisadores que estão à frente dos estudos de quatro imunizantes contra a COVID-19 testados no país vão apresentar, num único evento, os processos dos testes clínicos em humanos e resultados de eficácia e segurança obtidos para as vacinas: CoronaVac, Oxford/AstraZeneca (AZD1222), Janssen (Ad26.COV2.S) e Pfizer/BioNTech.
Dentre os palestrantes, participarão do debate Beatriz Grinsztejn, chefe do laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fiocruz, e Lily Yin Weckx, coordenadora do Centro de Referência de Imunobiologia Especial da Unifesp. Veja aqui a notícia completa.

A cientista Márcia Barbosa estará no projeto Meninas na Física promovido pela Universidade Federal de Uberlândia, com a palestra “Mulheres na ciência: uma verdade inconveniente”. Será no dia 8 de março, às 19h30 pelo Canal do Youtube.

Também no dia 8 de março, a partir das 9h, ocorrem a jornada “Mulheres na Ciência” e o simpósio “Mulheres, poder e sociedade“, ambos organizados pela USP. Estão entre as convidadas do simpósio, Érika Hilton e Mayana Zatz.

No dia 13 de março, a partir das 9h, ocorrerá a XLIII Oficina de Física “César Lattes”, organizada pelo Instituto de Física “Gleb Wataghin”, com o título “Ciência tem gênero? A pesquisa das mulheres do IFGW”. As inscrições vão até 9 de março, na página do projeto.

No dia 15 de março, 10h, fake news e Covid-19 são tema de live na Casa de Oswaldo Cruz. A aula aberta será apresentada por Thaiane Moreira de Oliveira, da Universidade Federal Fluminense, e Dominique Brossard, da Universidade de Wisconsin-Madison. O evento será transmitido pela página da Casa.

Durante todo o mês, até 18 de abril, está em Campinas a exposição MÃE PRETA, projeto de exposição de arte e pesquisa de Isabel Löfgren e Patricia Gouvêa que aborda a memória da escravidão no Brasil através do questionamento do olhar habitual sobre imagens da maternidade negra em arquivos históricos e suas reverberações no Brasil contemporâneo.

Das séries Modos de Navegar, A grande água (2016), e Modos de Olhar, Interferência sobre gravura de Debret.
A exposição conta com a colaboração da Câmera Lúcida e da Casa de Cultura Fazenda Roseira da Comunidade Jongo Dito Ribeiro, uma referência de Patrimônio Material e Imaterial da cultura negra da cidade de Campinas. A visitação no Instituto Pavão Cultural é de quarta a sábado, das 14h às 20h. Os protocolos sanitários vigentes serão observados, sendo o uso de máscara obrigatório, e agendamento prévio para dia e horário, com o máximo de 15 pessoas por horário.

FORA DE LUGAR? ESCREVIVÊNCIAS DE UMA JOVEM MATEMÁTICA

Um relato poderoso da aluna Wellem Cristina da Universidade Federal de Santa Catarina, registrado em 2020 na página Mulheres na Ciência. Confira um trecho:

Ainda no Ensino Médio sonhava em entrar na universidade. Anotava as faculdades com os cursos do meu interesse e várias informações sobre. Quando, finalmente, eu concluí os estudos, por algum motivo, o sonho foi ficando fraco e fraco e, assim, entrar no Ensino Superior, não estava mais nos meus planos…

(…)

Eu lembro exatamente o dia que me senti parte da Matemática, que me senti forte e me senti capaz de concluir o que eu quiser na área. Foi no dia  27 de julho de 2019, no evento Encontro Brasileiro de Mulheres Matemáticas. Minhas pernas tremiam, meu coração parecia que tinha encontrado uma família distante que era minha, mas eu não sabia. Eu vi tantas mulheres negras neste dia!  Eu contava… Parei de contar no número 30.

Elza destaca a importância de eventos que reúnam, apresentem e discutam os espaços usados e ainda não usados por nós, e seu impacto no sentimento de acolhimento e de pertinência, tão fundamentais para um desenvolvimento saudável.


Você sabia que …

… o Brasil é o 5º país com maior taxa de assassinatos femininos no mundo.

A Assembleia Geral das Nações Unidas com todos seus estados membros adotou a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, contendo 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, dos quais o quinto é sobre Igualdade de Gênero.

Extraído da reportagem da Diretoria Executiva de Direitos Humanos da UNICAMP.