Uma palavra

sobre o ensino

Mônica Cristina Andrade Weinstein, escreve para a revista Neuroeducação em 2017 algumas estratégias para tornar o ensino da matemática mais interessante:

(texto retirado de Revista Educação)

• Use a realidade e relacione conteúdos

Quantos votos tal político precisaria para conseguir ganhar a eleição no primeiro turno? Qual a mudança no percentual de idosos na população, comparado a cem anos atrás? São exemplos muito simples, mas que mostram que a matemática serve para resolver problemas. Nas aulas, simule situações da vida real e, de preferência, relacione os problemas com outras disciplinas. 

•  Explicar, reexplicar, revisar
A instrução tem de ser explícita e sistemática. Isso inclui oferta de modelos de resolução de problemas, verbalização do processo de pensamento, prática guiada, feedback corretivo e revisões cumulativas frequentes. Pergunte o que acham do ritmo de apresentação dos novos conceitos – para alguns pode estar rápido demais. Faça uma revisão de questões que, pela sua experiência, frequentemente geram dúvidas.

Imagem freepik

• Crie visualizações
Introduza um novo conceito com exemplos concretos – só então evolua para as abstrações. Comece com problemas que foram originalmente solucionados usando a matemática, como os clássicos problemas de torneiras que enchem tanques, que oferecem recursos visuais para a compreensão de conceitos como volume e tempo. Coloque o problema e mostre o raciocínio por trás da solução. Permita que os alunos trabalhem com a representação visual de ideias matemáticas. Familiarize-se com o uso proficiente dessas representações antes de apresentá-las aos alunos.

•   Gráficos, vídeos e outras mídias
É possível criar gráficos com situações que fazem parte da realidade dos alunos ou iniciar a aula com um vídeo ou notícia sobre um tema atual que permita fazer um gancho com os conceitos a serem ensinados. 

•   Calculadora sim, por que não?

Sempre que possível, estimule o uso dos computadores para realizar o trabalho penoso, assim você conseguirá equilibrar o tempo empregado em cálculos versus o tempo dedicado ao desenvolvimento de conceitos. (Confira nossos arquivos e aplicações usando o Geogebra na seção Geometrias).

•  Estimule-os a elaborar problemas e mantenha um diário da aprendizagem
Incentive os alunos a criar as próprias questões e a desafiar os colegas. Essas atividades podem ser feitas usando o Google Docs ou Word para permitir o registro conjunto dos processos de pensamento e resolução dos problemas. É uma maneira interessante do professor acompanhar como os alunos se desenvolvem e mapear o desempenho de cada um.  Os alunos podem desenvolver um diário para escrever sobre seu processo de pensamento matemático. Mais uma vez, pode ser um trabalho conjunto no Google Docs ou no Word. 

•   Teatro
Recorrer a dramatizações não é uma estratégia interessante, como muitos pensam, apenas para os conteúdos de literatura e história. É possível criar ótimas situações para fixar conceitos matemáticos, além de estimular os alunos a manifestar ideias e sentimentos sobre determinados tópicos. Na Biblioteca Digital da USP, há uma interessante dissertação sobre o uso de teatro para trabalhar habilidades e conceitos matemáticos, resultado da pesquisa da professora Andrea Gonçalves Poligicchio, da Faculdade de Educação, Teatro: materialização da narrativa matemática.

 •  Enxergar dificuldades e intervir (IMPORTANTE)
Busque, desde cedo, identificar alunos com risco para potenciais dificuldades matemáticas e ofereça intervenções para esse grupo. Estas consistem em torno de 10 minutos para evocar fatos aritméticos básicos e praticar fluência aritmética, em todos os níveis de escolaridade.

Você, como professor(a), tem usado ou pretende colocar em prática alguma dessas dicas?

Se sim, parabéns! Se não, corre que ainda dá tempo de ser aquele professor inesquecível e fazer a diferença na vida dos alunos que têm dificuldade em matemática. 

Também temos algumas dicas para o ensino que fizeram e fazem muita diferença nas vida escolares e acadêmicas dos alunos que participaram da construção deste site. Vamos lá:

Em primeiro lugar, tenha sempre em mente que, mesmo em uma grande sala de aula, cada aluno é único, cada um tem uma história, teve um aprendizado diferente e, na maioria das vezes, não tem o mesmo nível de conhecimento devido à várias outras causas maiores. Por isso, é importante que você tente atender às individualidades e tente se familiarizar com as dificuldades de cada um, para que consiga trabalhar essas questões. Claro, sempre haverá alguns alunos com mais habilidade em determinados assuntos do que outros, mas não ser um gênio em matemática não significa que o aluno deve ser deixado de lado ou ignorado em sala de aula. Pelo contrário, é nesse aluno que você deve focar suas melhores intenções. 

Na questão da didática, há vários recursos que podem ser usados em sala de aula, como já citado. Principalmente na matemática, onde há uma série de jogos sobre quase todos os assuntos e, neste caso, porque não fazer uso de tecnologia, história da matemática, ou até mesmo gincanas de resolução de problemas? É só fazer um combinado bem bacana com a turma antes de alguma atividade especial, expondo o objetivo da atividade e o que você espera com ela.

Ainda nesse sentido, por que não usar uma dessas atividades como avaliação? Por que não avaliar o desempenho de um aluno pelo trabalho em grupo, participação nas atividades e evolução em sala de aula? 

Claro, uma prova tradicional vez ou outra é sempre bem-vinda, mas não é regra! Há muitas outras formas de avaliar o quanto o aluno aprendeu e aproveitou de suas aulas. Mas tudo bem se você é tradicional, apenas lembre de uma coisa muito importante: só peça na prova o que você realmente ensinou. Nada de ensinar um assunto superficialmente e pedir coisas surreais na prova. 

Bom, se precisar de alguma ajuda fale com a gente, seria um prazer nos juntar a você nessa longa jornada que é o ensino da matemática!

Fontes:

[1] 10 sugestões para tornar as aulas de matemática mais interessantes. Disponível em: <https://revistaeducacao.com.br/2017/08/21/10-sugestoes-para-aulas-de-matematica-mais-interessantes/>. Acesso em: 25 ago. 2019. [2] DAYRELL, Juarez Tarcisio. A Escola como Espaço Sócio-Cultural. In: DAYRELL, J. (org.): Múltiplos olhares: Sobre educação e cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1996.