"Hard as a Rock"
Imagine uma parede de tijolos, daquelas que nem os anos conseguem derrubar.
Agora, imagine uma bola de demolição. Ela balança...
balança... e destrói aquela parede! Imagine o poder e a força que essa
bola tem que ter para realizar o serviço. Força e poder. São essas as
caracterí;sticas da Ballbreaker do AC/DC, a turnê do último
álbum do grupo.
Quem abriu o espetáculo, que aconteceu no dia doze de outubro, foi o grupo
nacional Angra, tocando seis músicas: as conhecidas "Carry On",
"Make Believe", "Time", e "Nothing to Say", esta do
último disco. Apresentou também um cover do Judas Priest, que integra seu
novo disco, "Freedom Call": "Pain Killer". Lá pelas tantas,
para alegria de uns e para meu delí;rio, o vocalista André Matos
anunciou um música do disco "Somewere in Time", do Iron Maiden, e
detonaram com "Wasted Years".
Depois do show do Angra, a entrada da banda australiana foi anunciada pela
"desprezí;vel" dupla Beavis e Butthead, que tentava entrar no
camarim dos artistas, em um desenho animado exibido no telão. De repente, ouve-se
um ronco de motor; o enorme guindaste montado no palco começa a ranger e se
mover... Finalmente, a enorme Ballbreaker destrói a parede que os
"roadies" haviam feito (com tijolos de espuma, claro).
Os cinco integrantes do grupo entraram de sola com Back in Black e seu riff
arrebatador. O show misturou sucessos do disco mais recente,
"BALLBREAKER", e clássicos como "Hhole Lotta Rosie",
quando uma enorme boneca foi inflada no fundo do palco, e "Rock and Roll ain't
Noise Polution".
O guitarrista e lí;der Angus Young deu um show a parte, trajando seu
inconfundí;vel uniforme escolar: paletó bermudas e boné.
Seus solos de guitarra alucinados e seus malabarismos no palco enlouqueciam a
platéia. Em "Boogie Man", musica do último álbum, ele
entregou sua Gibson para um roadie e se despiu para o público extasiado,
até mostrar a ceroula com o logotipo do grupo estampado na bunda. Em "Let
There Be Rock", Young foi conduzido nas costas de um segurança para uma
plataforma móvel no meio do público.
Mas o vocalista, Brian Johnson, também teve seus momentos de glória. Em
"Hells Bells" um enorme sino negro desceu do alto do palco de quinze metros
de altura. Johnson pulou na corda do badalo e se balançou como um garoto. Durante
a música "Ballbreaker", do álbum de mesmo nome, ele subiu na
bola do guindaste e cantou a música de lá mesmo.
No repertório ainda tivemos: "Girls got the Rhythim", "Shoot To
Thril", "The Jack", oferecidas a todas as mulheres de São Paulo,
"Dirty Deeds Done Dirt Cheap", "You Shook me All Night Long",
"TNT" e as novas "Hard as a Rock" e "Hail Ceasar". A
banda australiana saiu do palco, deixando uma platéia injuriada. De repente, o
enorme guindaste aciona seu motor novamente, range e a bola cai no meio do palco, com
uma explosão. Do meio de chamas, surge Angus tocando o riff de "Highway
to Hell", que foi seguida de "For Those About to Rock", quando
apareceram atrás do palco seis canhäes com rodas, exatamente iguais aos da capa do
disco de mesmo nome. As armas saudavam o público enquanto um coro de 35 mil
pessoas cantava o refrão da música.
O espetáculo acabou, deixando muita gente sem acreditar no que viu (inclusive eu).
Mesmo sem tocar "Money Talks" e "Jailbreak", o que me deixou
deprimido, o AC/DC mostrou que continua com todo o gás mesmo depois de 22
anos de estrada. Bem... Acho que é só. E como diria aquele baixinho
australiano: "Rock and roll ain't noise polution. Rock and roll ain't gonna die."
Maurilio D. N. Augusto, ex-aluno da ECC formado no 3o. col. De 1995, é estudante
do primeiro ano de Publicidade e Propaganda da PUCCAMP e não consegue tocar o
riff de "Hard as a Rock".