As coordenadas polares, quando empregadas no espaço, dão origem ao chamado sistema de coordenas cilíndricas dado pelas equações abaixo.
A coordenada z continua sendo a mesma das cartesianas, mostra a altura,
com sinal, do ponto
Podemos pensar que tanto r quanto o ângulo θ são
as coordenas polares da projeção do ponto
Tal sistema é muito prático para descrever algumas superfícies parametricamente e as superfícies de revolução têm uma parametrização relativamente simples de entender a partir cilíndricas. Neste caso escolhemos o eixo z como se fosse o eixo de revolução, isto é, o eixo em torno do qual a curva geratriz é rodada, gerando a superfície de revolução.
Nas polares, quando fixamos ângulo θ,
definimos uma semireta, não uma reta, pois fazemos diferença entre as
semiretas quando
A intersecção deste semiplano com o plano xy,
define um semi-eixo que chamamos de u(θ), que depende do θ
fixado. O tal semieixo u coincide com o semi-eixo x
positivo quando
Agora vamos à superfície de revolução. Imaginemos uma curva geratriz no semiplano uz, independentemente do semieixo u escolhido. Pelo fato de que temos uma superfície revolução, qualquer que seja o semieixo u, a curva é a mesma. Esta curva, girada, produzirá a superfície de revolução. Girar não altera a forma da curva. Aliás, cada ponto da curva, na revolução, percorre uma órbita, que é uma circunferência. A superfície é uma pilha de circunferências geradas pelas órbitas dos pontos da curva geratriz, ao girarem.
Estas circunferências, por analogia com a terra, chamam-se paralelos da superfície ...e as possíveis geratrizes, uma para cada plano uz, chamam-se meridianos.
Vamos supor que parametrizamos a tal curva geratriz num semiplano uz com um parâmetro t, obtendo
A variável u nada mais é do que a variável r
para um θ fixo, só que agora passou a dar a coordenada num
semieixo, parecido com um ponteiro, lá no plano xy.
As equações da curva geratriz no semi-plano uz, onde θ é
fixo, como dissemos
estamos supondo que são dadas por
o parâmetro t movimenta ao longo da geratriz e o parâmetro θ gira os pontos da geratriz em torno do eixoz.
A receita para parametrizar as supefícies de revolução é parametrizar, com um parâtro t, a geratriz no plano uz ...em seguida escrever as equações paramétricas a dois parâmetros, como logo acima.
Um cilindro pode ser obtido pela rotação de uma reta vertical, sua geratriz, em torno do eixo z, já o cone é a rotação de uma reta inclinada, esta é a sua geratriz. A esfera é a rotação de uma semi-circunferência centrada na origem do semiplano uz. Não é necessária uma circunferência completa, ou teríamos duplicidade de parâmetros para um mesmo ponto. Basta girar a semicircunferência.
A reta vertical que escolhemos para gerar um cilindro pode ser
parametrizada no plano uz, exemplificamos com
Das parametrizações das geratrizes da reta vertical, da reta inclinada e da semicirucunferência, construímos as parametrizações do cilindro, do cone e da esfera.
Lembre-se daquele pneu que você leva para a praia todos os
domingos. Em matemática é chamado de toro, pode ser obtido pela rotação de
uma circunferência completa, não centrada no eixo z e coplanar com este
eixo, em torno dele. Tomamos uma circunferência completa no plano uz,
com raio r (agora não usaremos o r para polares, aqui
r é raio menor do toro) e centrada no ponto
Uma observação, para passar da equação do plano uz para a equação em
cartesianas, basta trocar u por
Vamos parametrizar a tal circunferência completa no plano uz. Espiando a figura
mais abaixo, vemos que podemos parametrizar esta geratriz por
As equações paramétricas da geratriz são
Notamos que o ângulo polar toroidal t aqui tem que variar entre zero e
2π para fabricar toda a circunferência, e esta, ao girar, fabricar o toro
completo, no caso da esfera precisávamos apenas de meia circunferência. Nos desenhos abaixo
vamos empregar
A equação em coordenadas cartesianas deste toro é
Bom se você não gosta do toro sentado, vamos colocá-lo em pé, basta para tanto agirmos como se o eixo y fosse o de revolução, os eixos z e x, seriam os antigos x e y, é só trocar os eixos.
... daí ele parece um pneu de bicicleta! Sua equação é
Para desenhar os toros enroscados teremos que deslocar um deles.
Deslocamos o primeiro, empregamos o vetor
e o apresentamos em conjunto com o segundo...
Estão aí os toros, enroscados para sempre.
O sistema cilíndrico também é bom para estudarmos algumas superfícies que não são de revolução, vamos tomar as cilíndricas, mas fazer a coordenada z proporcional ao ângulo θ e deixamos que este varie de zero até 8π, isto é, 4 voltas completas. Quanto ao r, vamos limitar entre 3 e 6.
Obtemos uma bela rampa helicoidal, as coordenadas cilíndricas vão muito além da superfície de revolução, basta modificarmos a curva ao mesmo tempo que a giramos. Dê asas à sua imaginação, inventando parametrizações c com as cilíndricas, que nada mais são que as polares no espaço.